terça-feira, 30 de setembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
Ostras na Merenda Escolar
O teste alimentar é uma experiência inédita no Brasil e começou com os alunos da escola Luiz Cândido. Na quinta-feira (25) e nesta sexta-feira (26), escolas dos bairros Itacorubi, Coqueiros, Canto da Lagoa e Ribeirão da Ilha experimentam a novidade. Mais de 800 alunos participam dos testes.
De acordo com o secretário municipal de Educação, Joaquim Pinto da Luz, há cerca de 20 anos, as ostras eram uma raridade em Florianópolis. Nas últimas décadas, no entanto, pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Santa Catarina e o incremento do cultivo de ostras de cativeiro transformaram a cidade no maior pólo produtor do molusco do país.
Ostras são testadas em escolas municipais de Florianópolis
(Foto: Susi Padilha/Diário Catarinense/Agência RBS)
Combate à obesidade infantil
A experiência nas escolas é resultado de uma parceria entre o Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis e a Secretaria Municipal de Educação. Segundo o presidente do instituto, Edson Lemos, a iniciativa ajudará os maricultores locais a escoar a produção. ‘’Essa proposta abre um novo mercado para os produtores locais e vai ajudar no combate à obesidade infantil, já que a ostra é um alimento de baixa caloria’’, afirma.
Se a aceitação for boa por parte dos estudantes, a ostra deverá entrar na alimentação escolar já no próximo ano. A intenção é adquirir dos produtores locais cerca de 700 quilos do molusco por mês (sem casca), o que representará na cadeia produtiva a comercialização de quase sete toneladas de ostras por ano.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Ostra atesta crime ecológico pré-histórico
Fósseis da ostra, batizada com o nome científico Tridacna costata, indicam que ela chegou a representar mais de 80% do total desse tipo de animal na região. Os espécimes conhecidos indicam que hoje ela constitui menos de 1% dessa fauna - foram encontradas apenas 6 delas em 1.000 ostras vivas investigadas.
O estudo foi feito por pesquisadores da Alemanha, das Filipinas e da Jordânia, chefiados por Claudio Richter, do Instituto Alfred-Wegener de Pesquisa Marinha e Polar, de Bremerhaven, Alemanha. O relato está publicado na última edição do periódico científico "Current Biology".
Outros fatores podem ter ajudado a causar o declínio da população da Tridacna costata, mas os dados disponíveis permitem concluir que ela foi vítima da exploração abusiva pelo homem pré-histórico.
"Durante uma janela de tempo, entre 140 mil e 110 mil anos atrás, o clima em geral era mais úmido, o que pode ter resultado em aumento da população na África. A mudança climática resultante pode então ter levado à dispersão humana ao longo da costa, onde moluscos marinhos de água rasa podem ter sido uma parte importante da dieta", disse Richter à Folha.
O fato dessa ostra viver praticamente apenas em áreas rasas facilitou sua coleta pelo ser humano durante as migrações ao longo da costa africana do mar Vermelho durante o último período entre eras glaciais, cerca de 125 mil anos atrás.
Por acaso
A descoberta da nova espécie foi acidental. A ostra foi encontrada como parte dos estudos para o cultivo de uma outra espécie de interesse comercial. As diferenças de forma entre ambas atraíram a atenção dos pesquisadores, que também fizeram análises genéticas dos espécimes para verificar se se tratava de nova espécie.
Indícios fósseis de conchas de ostras mostram que, no período entre 110 mil e 90 mil anos atrás, o consumo desses moluscos facilitou a dispersão do ser humano anatomicamente moderno (Homo sapiens) da África para o mar Vermelho.
Mas, mesmo antes disso, a Tridacna costata já estava sendo dizimada, e eventualmente a diminuição dos recursos marinhos acabou afetando negativamente a colonização humana da região. "A competição por recursos escassos devido à coleta excessiva, juntamente com a deterioração do clima, pode ter finalmente interrompido essa dispersão humana precoce na região do Levante", diz o pesquisador alemão.
A análise feita pela equipe com as conchas achadas na região indicou que, se antes da chegada do ser humano a Tridacna costata correspondia a 80% de três espécies de ostras gigantes, a proporção foi caindo para menos de 70% no começo da ocupação humana (entre 135 mil a 115 mil anos atrás). As outras espécies --Tridacna maxima e Tridacna squamosa- já eram mais de metade no período histórico e responderam por 95% das conchas observadas em um sítio recente ocupado por beduínos.
Outras explicações
"Essa variação entre as espécies pode ser causada por outros fatores além da predação humana --por exemplo, doença. Seria importante olhar toda a comunidade do recife, não apenas as ostras gigantes, para detectar mudanças gerais nas abundâncias de espécies como as induzidas pela mudança climática", diz Richter.
Mas ele acrescenta que há linhas de evidência apoiando a hipótese de superexploração humana, como a tendência a espécimes de tamanho menor e a proporção entre os números das três espécies.
Richter lembra que a Tridacna costata é a mais vulnerável das três espécies e que não parece haver nenhuma predação natural significativa das ostras gigantes depois que elas atingem um bom tamanho. Um predador é o polvo, mas que não chega a ter grande tamanho no mar Vermelho.
RICARDO BONALUME NETO da Folha de S. Paulo
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
X Fenaostra
sábado, 20 de setembro de 2008
Estudo brasileiro indica que alga marinha pode ajudar a tratar aids
Três substâncias obtidas a partir de algas marinhas do litoral brasileiro podem ajudar no tratamento e prevenção da aids nos próximos anos. O anúncio foi feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), e divulgado pela Agência Fapesp.A pesquisa testou 22 substâncias para chegar a um resultado positivo em três, que apresentaram, segundo a Agência Fapesp, atividade inibitória do processo de replicação do vírus HIV em suas três fases: na transcriptase reversa (primeira fase), na protease (fim do ciclo replicativo) e na morfogênese (fase de maturação viral).
A intervenção nesta última etapa é considerada a mais importante, pois nenhum medicamento existente no mercado consegue inibir o processo nesse estágio.Os pesquisadores acreditam que, assim, o País poderá ter seu primeiro anti-retroviral em breve, reforçando o grupo das 17 drogas que compõem o protocolo de tratamento do Ministério da Saúde. Todos os medicamentos são importados. Uma das substâncias, de alga encontrada no atol das Rocas (Rio Grande do Norte), foi testada em tubos de ensaio e em camundongos e apresentou taxa de eficácia como anti-retroviral de 98%, mesmo em baixas concentrações.
Apesar disso, os cientistas destacam que isso não significa a erradicação do vírus do organismo, por causa de sua alta capacidade de mutação.Ainda de acordo com a Agência Fapesp, o estudo também identificou que essa substância mais promissora possui toxidade praticamente nula. Esse é mais um diferencial favorável em caso de sucesso para o desenvolvimento de uma droga, já que os atuais compostos são extremamente tóxicos e caros. Os testes clínicos devem começar em 2010, na África, e durar quatro anos.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Fertilizante a base de Algas
Um fertilizante natural produzido a partir de algas marinhas é uma das novidades a disposição dos produtores que visitarão a Frutal 2008. Trata-se do Acadian, produto distribuído no nordeste pela Valeagro. O Acadian é feito à base da alga marinha Ascophyllum nodosum, uma das espécies mais pesquisadas no mundo para fins agrícolas.
Um estudo realizado pelo professor-doutor Cícero Antonio de Souza Araujo, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Petrolina- CEFET Petrolina, na região do Vale do São Francisco, comprovaram os benefícios do Acadian. “O emprego do produto no cultivo de uva contribuiu para um aumento de três toneladas por hectare”, explica Cícero.
De acordo com o pesquisador a alga ocorre apenas no Atlântico norte, mais precisamente no Canadá, em uma bacia onde existe a maior oscilação de maré do mundo. A espécie é coletada em barcos, numa época em que os pescadores nativos não podem efetuar a pesca por causa do frio. “É um serviço social interessante, que conta com o apoio do governo canadense e também dos órgãos ambientais”.
Após a coleta do material o produto segue para a fábrica onde há um cozimento e desidratação, processo conhecido como liofilização. “A planta possui determinados hormônios responsáveis pela sua sobrevivência em meio às diversas condições climáticas. As algas passam parte dessas características para plantas cultivadas gerando benefícios como a diminuição do estresse, aumentando a estabilidade e produtividade,” esclarece o professor.
Segundo o distribuidor do produto no nordeste, José Ramos da Silva, mais de 70 países do mundo conhecem os benefícios do Acadian. Ele disse ainda que 50% produtores de uva da região do Vale do São Francisco já usaram o fertilizante natural. “Esse tipo de produto só contribui para regeneração do solo, porque possui características no sentido de sua composição, que fornece alimentos para os microrganismos do solo, diferente dos produtos químicos que são agressores”.
Para Ramos, a alga é o que existe de mais eficiente na atualidade para agricultura cultivada no Brasil e no mundo. “Comercialmente o produto é utilizado há aproximadamente dois anos, só que tem mais de cinco anos de pesquisas. 100% dos consumidores que conheceram o produto têm obtido resultados agronômicos interessantes. Dados da Valeagro mostraram que houve um aumento de 48,4% na venda do produto só no ultimo mês.