Três substâncias obtidas a partir de algas marinhas do litoral brasileiro podem ajudar no tratamento e prevenção da aids nos próximos anos. O anúncio foi feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), e divulgado pela Agência Fapesp.A pesquisa testou 22 substâncias para chegar a um resultado positivo em três, que apresentaram, segundo a Agência Fapesp, atividade inibitória do processo de replicação do vírus HIV em suas três fases: na transcriptase reversa (primeira fase), na protease (fim do ciclo replicativo) e na morfogênese (fase de maturação viral).
A intervenção nesta última etapa é considerada a mais importante, pois nenhum medicamento existente no mercado consegue inibir o processo nesse estágio.Os pesquisadores acreditam que, assim, o País poderá ter seu primeiro anti-retroviral em breve, reforçando o grupo das 17 drogas que compõem o protocolo de tratamento do Ministério da Saúde. Todos os medicamentos são importados. Uma das substâncias, de alga encontrada no atol das Rocas (Rio Grande do Norte), foi testada em tubos de ensaio e em camundongos e apresentou taxa de eficácia como anti-retroviral de 98%, mesmo em baixas concentrações.
Apesar disso, os cientistas destacam que isso não significa a erradicação do vírus do organismo, por causa de sua alta capacidade de mutação.Ainda de acordo com a Agência Fapesp, o estudo também identificou que essa substância mais promissora possui toxidade praticamente nula. Esse é mais um diferencial favorável em caso de sucesso para o desenvolvimento de uma droga, já que os atuais compostos são extremamente tóxicos e caros. Os testes clínicos devem começar em 2010, na África, e durar quatro anos.