quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cultivos de algas ameaçam corais

Algas das espécies Kappaphycus alvarezii e Eucheuma denticulatum foram introduzidas a nível comercial em 20 países ao redor do mundo, num esforço de motivar comunidades pobres presentes em áreas costeiras dos trópicos a cultivarem algas e adquirirem uma fonte extra de renda; infelizmente o resultado geral foi um fracasso. No sul da Índia, por exemplo, a k. alvarezii invadiu a Reserva de Biosfera do Golfo de Manmar, cobriu os recifes de corais e dizimou colônias inteiras.

Estas espécies de algas são denominadas 'duras', já que não são consumidas por animais marinhos, e cultivadas exclusivamente para a extração da carragena, algutinante utilizado em inúmeros produtos alimentícios. Hoje em dia, são produzidas cerca de 120mil toneladas por ano nas Filipinas e Indonésia, países de origem dessas espécies.


E. enticulatum e K. alvarezii respectivamente


A introdução das algas no Havaí se deu a 30 anos atrás por um professor da Universidade do Havaí, Max Doty, criador de técnicas de cultivo que foram exportadas para o resto do mundo.

Hoje, o país sofre com a infestação das duas espécies, que com um crescimento de 7% ao dia se espalharam pelo litoral, cobrem recifes de corais, espantam peixes e destroem a fauna bentônica da região.


Recife de corais mortos
O crescimento descontrolado das algas é resultado de um projeto mal planejado e executado, onde os fatores culturais da região e a integração da iniciativa pública e privada não foram levadas em conta. Sem ter para quem vender ou recebendo valores baixíssimos pelo kilo das algas, a maioria dos produtores abandonaram seus cultivos que hoje crescem livremente tornando-se uma das maiores preocupações ambientais no Havaí.

Recife em fase de destruição pelo crescimento desenfreado de algas

Na luta contra a degradação dos recifes de corais, a Universidade, o Estado e a Nature Conservancy inventaram os Super Suckers, aspiradores aclopados a Catamarãs que sugam até 1,3 toneladas de algas por dia.
-"No estágio atual precisaríamos de 10 anos para limpar esta baía", disse Brian Hauk, supervisor governamental de espécies aquáticas invasoras.

'Super Sucker' e Mergulhador removendo as algas presentes no recife de corais, através do Super Sucker

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